Bem, polvo eviscerado, escolhi uma técnica para limpa-lo. Dizem que é preciso retirar o visgo que envolve o cefalópode. Alguns usam sal, outros usam farelo de arroz, mas muito usam nabo ralado. Nada mais conveniente, nabo está bonito e barato na feira. Meio nabo grande para um polvo de um quilo. E ainda dizem que amacia a carne. Ótimo.
Coloquei o polvo e o nabo em uma tigela e esfreguei bem. Como quem lava a roupa, durante cinco minutos ou mais. Depois de feito isso, lavei em muita água corrente e cozinhei.
Para cozinhar o polvo, água abundante em ebulição, levemente salgada, uma ou duas colheres de shoyu. A dica fica em não mergulhar o polvo de uma vez só. Primeiro as pontas, retirar e verificar se as pontas dos tentáculos encurvaram. Novamente mergulhar os tentáculos, desta vez mais um pouco que antes, deixar alguns segundos e retirar. E mais uma ou duas vezes, até que os tentáculos todos virem para fora. Aí então é que se pode mergulhar o polvo todo. Com ajuda de uma escumadeira, vire o polvo, deixando a cabeça para baixo. O tempo de cozimento pode variar, conforme o tamanho do animal. Oito a dez minutos. É preciso conferir com um palito.
Depois de cozido, é necessário deixa-lo pendurado. Um resfriamento brusco poderia enrijecer mais a carne. E então, é só preparar como quiser. Eu preferi fatiar uns tentáculos fino e marinar com cebola branca, alho, pimenta vermelha (sem sementes e sem a membrana interna), salsa, sal, azeite e um tico de pimenta-do-reino. Já a mãe preferiu uma mistura de cebolinha, vinagre e pasta de soja (misso).
Amanhã talvez eu tente um sudako (salada de polvo ácida).
Um comentário:
Estou totalmente hu-mi-lha-da. Ao ler essa sua receita de polvo, tive um instante, rápido, de consciência e pude perceber toda a imensidão de minha ignorância e da minha mais completa ingenuidade. Esse seu preparo de polvo foi capaz de transformar toda a minha percepção culinária. Imagine você que eu acreditava que Jambalaya desse muito trabalho para fazer.
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