terça-feira, 31 de julho de 2007
Induction Heater
Donuts
Biscoitos de Amêndoas
Estes biscoitos sempre fazem sucesso, uso uma modeladora para variar o formato. Na falta, pode-se simplesmente enrolar em bolinhas.
Biscoitos de Amêndoas
600 gramas de manteiga
240 gramas de açúcar
480 gramas de amêndoas em pó
660 gramas de farinha de trigo
Baunilha
Bata a manteiga com o açúcar. Junte as amêndoas e torne a bater mais um pouco. Junte a farinha e a baunilha e misture. Modele em bolinhas ou com um modelador. Asse até dourar a parte de baixo. Passe em açúcar de confeiteiro. Não é preciso untar a forma.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Palavras de Jun Sakamoto
"Mais de 80% dos sushimen não sabem fazer um bom arroz. Ele precisa ter liga suficiente para desgrudar na boca e não pode virar uma maçaroca. Tudo depende do tipo de grão, do tempero, da maneira com que é preparado. O miolo deve ser quase al dente. E o tempero, quanto mais rico e aromático, melhor."
E eu concordo com ele. Tenho visto sushis quase que sem vinagre, sem sal, sem nada. Dizem-me que fazem assim porque os clientes não gostam da acidez. Mas também encontrei gente que diz fazer sushi mas não sabe escolher o arroz, não tem cuidado algum para cozinhar o arroz, desconhece até mesmo a maneira correta de lava-lo. A crítica foi oportuna, não há como fazer uma boa cozinha sem fundamentos.
Shoyu
O shoyu, no entanto, é algo relativamente recente, na culinária japonesa, cerca de 4 séculos, apenas, na região leste do Japão. Antes dele, os condimentos mais comuns eram o sal, o vinagre e o misso. O sashimi era acompanhado por um molho à base de ume, flocos de bonito seco e sake.
Apenas soja, trigo, fermento, água e sal entram na produção do shoyu. O soja é cozido, o trigo é torrado e triturado e ambos são misturados antes de receberem o fermento (o mesmo que usamos para produzir o misso). A mistura é fermentada por cerca de 3 dias, sendo revolvida sempre que a temperatura da massa se aproximar de 40 graus. Por fim, acrescenta-se sal, água e a mistura vai para tanques, onde aguardará cerca de um ano para ser filtrada, pasteurizada, envasada e consumida.
Claro, isso é o método fermentado e tradicional. Hoje existe também a produção industrial que alguns autores preferem de chamar de "sintética", na qual os aminoácidos do soja são separados por hidrólise, acrescenta-se caramelo e aromatizantes e é possível obter um molho em uma semana. Mas não se engane, o shoyu fermentado é mais saboroso, com uma coloração levemente avermelhada, translúcido, brilhante.
Temos hoje uma variedade muito grande de shoyu. Mais claros ou mais escuros - cuidado, nem sempre o shoyu mais claro é menos salgado - e com menos sal também. A Kikkoman goza de grande prestígio dentro e fora do Japão. Eu estive em frente da sede, em Noda (bem, em frente dela existe um hospital e eu acompanhei um paciente até lá). Mas existem outras marcas, também muito boas, que podem ser encontradas nas lojas da Liberdade por um bom preço.
Eu, particularmente, prefiro os shoyus mais claros e com menos sal, como a que ilustra esta nota, da Yamasa. Mas, claro, depende muito do prato que vou fazer. Sim, pretendo experimentar fazer shoyu, um dia desses.
Para saber mais:
Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Tecnologia de Alimentos
Kikkoman - The Essence of Soy por Isao Kumakura
domingo, 29 de julho de 2007
Doce Presente
Alimentos quentes e frios
E me lembrei que há muito ouvi alguém me dizer não consumia laranja-lima no inverno, por ser muito fria (gela a barriga toda!). E resolvi pesquisar sobre o assunto. Curiosamente, o conceito existe em todo o Brasil, junto com a de comidas "fortes" e "fracas" e "neutras". Sendo assim, uma lactante, em diversas regiões do Brasil, deveria alimentar-se de canja (considerada neutra) sem temperos (fortes).
Eu não sei bem que alimentos consideraria quentes ou frios, tirando os óbvios: pimenta e gengibre como quentes, pepino como frios. Porco, para mim é forte. Mas ainda vou tratar de ler muito a respeito, interessei-me pelo assunto e, quem sabe? Uma nova opção para organizar cardápios.
Mais informações, nesse site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732007000200010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Pelo visto, alguns antropólogos se interessaram pelo conceito que não é nada novo, remonta os antigos gregos e tem correlação na cultura asiática.
Shioga Gari
sexta-feira, 27 de julho de 2007
E hoje foi dia de fazer misso.
Sim, é um processo trabalhoso, cansativo e que faz muita sujeira. Não tirei foto, a imagem não era nada bonita. Estou cansada da faxina. Foi trabalho para um dia, mas que rendeu 5 baldes de 14 litros. Ou seja, novamente, só ano que vem...
Dorayaki
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Belgian Waffles
terça-feira, 24 de julho de 2007
Nabeyaki Udon
Kake-jiru
Kake-jiru
8 xícaras de dashi
2 colheres de chá de sal
6 colheres de shoyu
2 colheres de açúcar
2 colheres de mirim
Ferva o dashi e acrescente os demais ingredientes. Corrija o sabor, eventualmente tipos diferentes de shoyu podem ter mais ou menos sal. Empregue quente.
Quanto ao tipo de shoyu eu, particularmente prefiro o do tipo claro, mas é comum usar o escuro para acompanhar soba.
Tsuke-jiru
A vantagem desse caldo é que pode ser feito com muita antecedência e mantido na geladeira durante meses.
O sabor é muito intenso e, portanto, usa-se em poucas quantidades, em tigelinhas pequenas.
Tsuke-jiru:
2 1/2 xícaras de dashi
1/2 xícara de shoyu
4 colheres de mirim
1 colher de açúcar
3o gramas de flocos de bonito seco (hana-katsuo)
Leve todos os ingredientes (exceto o bonito seco) ao fogo.
Aguarde cerca de 10 segundos, antes de coar.
Empregue à temperatura ambiente, com soba ou somem cozido, lavado e frio.
MIso-shiru
Uma das minhas preferidas é feita com caldo, pedacinhos de tofu e um pouco de algas wakame (existe um tipo que pode ser empregado sem hidratar). Fervo o caldo, junto o tofu, as algas, abaixo o fogo até aquecer os ingredientes e amolecer a alga. Tempero com um pouco de pasta de soja (que amoleço em uma tigela com um pouco de caldo quente ou, para quem tem, em um tipo de escumadeira própria para essa finalidade). Assim que acrescento o miso, desligo o fogo. Não é recomendável ferve-lo, porque isso comprometeria o aroma. Quanto a matar bactérias benéficas, infelizmente, creio que é mito, não creio que bactérias, benéficas ou não, suportariam temperaturas tão altas.
Outros ingredientes que costumo usar no miso-shiru: acelga em tirinhas, tirinhas de tofu frito (age ou abura-age), ovos, cebolinha, nabo em palitos. Existem também versões com carne, pedaços de peixe e até com batatas ou inhame.
Ah, e claro, existem no mercado pacotinhos instantâneos. Esses, basta diluir em água quente...
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Niboshi Dashi
Niboshi Dashi
40 gramas de sardinha seca
1 litro de água ou de kombu dashi
Tire as cabeças e vísceras das sardinhas (isso evita que o caldo se torne amargo ou ácido).
Leve as sardinhas e a água ou kombu dashi ao fogo, em uma panela pequena, em fogo alto, até ferver.
Abaixe o fogo e deixe cozinhar por 7 minutos.
Coe e empregue.
PS: Curiosamente, o niboshi também é empregado como... ração de animais. Não estranhe se encontrar sardinhas pequenas, secas, na seção de animais de estimação. Sobretudo para gatos.
sábado, 21 de julho de 2007
Pães "Flor"
Abra a massa em um retângulo e unte a superfície com óleo.
Enrole e corte em fatias
Junte duas fatias, lado a lado
Estique as fatias juntas, segurando pelas pontas.
Torça e junte as pontas embaixo.
Deixe crescer e cozinhe no vapor.
Kombu
E não se usa pica-lo é porque no interior dessa alga se concentra uma quantidade muito grande de elementos mucilaginosos. Ou seja, o caldo teria uma consistência espessa, gelatinosa. E não é essa a intenção. O caldo deverá ser ralo, suave, porém rico em "umami". O que é um disperdício, na verdade, embora o kombu para caldo seja muito duro e não dê, realmente, para se aproveitar para cozinha-lo.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Anko
Uma receita básica que pode ser feita em casa, sem grandes malabarismos é o do tsubu-an. A pasta de feijão ganha uma textura irregular, já que o feijão não é peneirado e os grãos ficam ligeiramente amassados.
Tsubu-an
1 kg de feijão azuki
1 kg de açúcar cristal
Lave e deixe o feijão de molho. Cozinhe até amaciar, tendo cuidado de não acrescentar água demais. Para isso posso usar a panela de pressão.
Acrescente o açúcar cristal e mexa, com uma colher de pau, até a massa enxugar, formar uma pasta consistente, começar a aparecer o fundo da panela e a massa formar "montinhos" quando despejada da colher. Eventualmente, amasse um pouco o feijão, com as costas de uma concha.
Cuidado, porque o doce espirra muito. Se necessário, abaixe o fogo e continue mexendo continuamente. Se quiser uma pasta mais firme, assim que estiver pronto, tire porções da massa da panela e faça montes em uma assadeira ou travessa. Assim o excesso de água irá evaporar mais rapidamente, resultando em uma massa mais enxuta.
Esse doce dura um bom tempo em um pote fechado, na geladeira, e pode ser usado como recheio ou acompanhando sorvete de creme.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Rosetas Escandinavas
Rosetas Escandinavas:
2 ovos
40 gramas de açúcar
150 gramas de farinha de trigo
200 ml de leite
Bata os ovos com açúcar, junte a farinha e o leite, aos poucos, até formar uma massa lisa.
Aqueça bastante óleo em uma panela pequena e funda. Mergulhe o molde para rosetas no óleo quente, para aquece-lo (a massa não gruda no molde frio) e, em seguida, passe o molde na massa, até a altura de 3/4 do molde. Frite a seguir, até corar, caso contrário, o biscoito fica mole. Com a ajuda de uma ponta de uma faca ou um garfo, solte o biscoito do molde e deixe secar em papel absorvente. Polvilhe com açúcar de confeiteiro e sirva a seguir.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Kombu Dashi
Kombu dashi
40 gramas de alga kombu
1 litro de água fria.
Não lave o kombu. No máximo, passe um pano úmido. Coloque a alga dentro de um pote com água e deixe descansar por oito horas ou durante uma noite antes de empregar.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Maria Mole
Eu fiz, outro dia, a pedido. A mãe adora esse doce e outros, com gosto de infância.
Maria Mole
250 ml de leite de coco
1 colher de sopa, rasa, de gelatina de alga (kanten)
1 xícara de açúcar cristal
1/2 xícara de glucose de milho
2 envelopes de gelatina sem sabor, em pó
1/2 xícara de água fria
1 xícara de açúcar refinado
Coco seco ralado
Leve ao fogo o leite de coco. Misture a gelatina de alga no açúcar e acrescente ao leite, junto com a glucose. Assim que ferver, abaixe o fogo e conte 3 minutos.
Enquanto isso, hidrate a gelatina em pó. Polvilhe sobre a água fria e deixe.
Coloque a gelatina hidratada em uma tigela. Despeje um pouco da calda e misture, até dissolver. Acrescente o resto da calda aos poucos, enquanto bate.
Assim que a mistura espessar, aumente a velocidade da batedeira e junte a outra xícara de açúcar. Bata até formar uma massa consistente, começando a enrolar nas pás da batedeira.
Despeje em assadeira untada com óleo, leve à geladeira para firmar. Corte e passe no coco ralado seco. Na geladeira vai ficar bem dura, fora, mais macia.
Slow Cooking.
Feijão? Fervo o feijão que deixei de molho, por dez minutos. Tampo e coloco na parte térmica. Saio, trabalho, volto e o feijão está pronto. Sem estourar os grãos (se quiser fazer uma salada), com ótimo sabor. Carne também. Todos os cozidos ficarão muito bons, com baixo consumo de gás ou energia, sem perigo de queimar ou incendiar. Quer mais? Confira no site:
http://www.thermalcookware.com/
O pior da Piorlândia.
Hoje fui em uma confeitaria de Londrina. Peguei meia dúzia de trufas para experimentar
Na primeira dentada, aaaaargh! As trufas eram feitas de chocolate fracionado, socorro!!! Por 45 reais o quilo, eu queria algo melhor, com certeza!
E estou pensando se digo ou não o nome da loja...
Niban Dashi
Niban Dashi
Flocos de bonito seco e alga kombu que foram reservadas do Ichiban Dashi
1 1/2 litro de água
10 a 15 gramas de flocos de bonito seco (hana-katsuo)
Leve ao fogo a água, os flocos de bonito e o kombu reservados do Ichiban Dashi. Leve ao fogo alto até ferver. Reduza o fogo e deixe ferver por cerca de 20 minutos, ou até reduzir pela metade.
Acrescente os flocos de bonito e tire imediatamente do fogo. Deixe que eles baixem ao fundo (de alguns segundos a um minuto) e retire a espuma da superfície. Coe em um pano.
Descarte o bonito e a alga.
PS: Ambos os caldos (ichiban e niban dashi) podem ser mantidos na geladeira durante 3 dias ou congelado. Certamente, feito no dia será melhor, mas não seria crime preparar uma quantidade e usar para outro preparado.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
O Dashi.
Apesar da maioria já ter se rendido ao caldo industrializado - e existem bons - nada se compara ao caldo feito em casa. Ele é muito simples de fazer. Infelizmente, os ingredientes são caros, mesmo no Japão: bonito seco e alga kombu.
Ichiban Dashi:
1 litro de água fria
30 gramas de alga kombu (existe um tipo, mais barato, chamado de dashi kombu).
30 gramas de bonito seco, em flocos
Leve a água e o kombu ao fogo, em panela destampada, fogo médio. Retire a alga assim que a água abrir fervura.
Acrescente 1/4 de xícara de água fria, para baixar a temperatura.
Imediatamente, acrescente os flocos de bonito e leve ao fogo. Retire antes de irromper fervura. Deixe descansando fora do fogo, até que os flocos afundem. Retire a espuma e coe o caldo em um pano fino.
Não descarte a alga e os flocos. Amanhã ensino a aproveita-lo em outro caldo.
Você gosta de alface?
Mas uma das maneiras que gosto de comer alface é com carne. Em restaurantes de comida coreana, é comum ver os clientes enrolando pedaços de carne assada na chapa, com uma pasta de pimenta, em uma folha lisa, que não é exatamente alface.
Na falta dessa folha, pego alface lisa, coloco minhas tiras de carne no meio (e nessas horas vale até a sobra do churrasco, requentada), gotas de limão, molho de pimenta e enrolo. Assim, como folhas e folhas de alface, com pouca carne e dispenso arroz.
domingo, 15 de julho de 2007
Ovos.
De onde vem esse apreço pelo ovo? Não sei. Ouvi uma história (ou estória) a respeito de uma mãe que alimentou seu filho com ovos todos os dias. E o jovem ingressou em uma prestigiada universidade e se tornou médico. Prova - segundo esse conto - que ovos fazem bem para o cérebro. No entanto, até hoje não vi nenhum médico reclamando para si a autoria dessa teoria.
O fato que o ovo é barato. No Japão custa de uma a dois dólares o pacote de uma dezena. E se pegar uma promoção, pode leva-lo pelos irrisórios 8 ienes. É versátil. É gostoso. É nutritivo.
Uma receita simples e que muita gente me pede: omelete japonesa. Não chamaria exatamente de omelete, porque a técnica é completamente diferente. São várias camadas enroladas uma a uma, usando uma frigideira retangular, que facilita o trabalho. São poucos ingredientes, mas tudo se concentra em 3 detalhes, apenas: ovos batidos no ponto certo, temperatura do fogo e tempo de cozimento. A que eu faço fica boa, mas não excelente. Existem profissionais que vivem de fritar ovos. O dia inteiro. Por isso não digo que uma pessoa inábil não sabe nem fritar um ovo. Ovos merecem respeito.
Tamagoyaki (omelete enrolada)
8 ovos
2/3 de xícara de água
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de shoyu
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de hondashi
(ou use 2/3 de xícara de dashi - caldo feito com bonito seco e alga kombu, mas estou sendo realista o suficiente e sei que nem todo mundo dispõe desses ingredientes em casa ou até mesmo consegue acha-lo no supermercado)
Ferva a água com o açúcar, o shoyu, sal e hondashi. Deixe esfriar.
Bata os ovos, mas sem espumar. Acrescente o caldo, bata para homogeinizar e deixe de lado.
Aqueça uma frigideira retangular. Unte-a ligeiramente com óleo. Para essa tarefa, uso um papel absorvente. Vou usa-lo a cada volta, portanto, deixe uma tigela pequena com um pouco de óleo e o chumaço de papel nele, à mão.
Despeje uma pequena porção da mistura de ovos. Assim que começar a coagular, misture-a ligeiramente e amontoe-a no extremo da frigideira - o extremo oposto ao cabo. Unte novamente a frigideira. Despeja uma porção pequena, de forma que apenas cubra o fundo da frigideira. Levante a parte que ficou amontoada no canto, para que a mistura de ovos entre por baixo dela. Assim que firmar um pouco, comece a enrolar, sempre trazendo para o cabo. Os ovos não vão ficar corados nem cozidos demais. Na verdade, estarão ligeiramente cremosos. Empurre a omelete para a ponta e recomece.
No final de uma série de voltas, a omelete terá um formato retangular. Deverá estar ligeiramente "trêmula", cozida, digamos, 80%. Um bom tamagoyaki é suculento, macio e amarelo, jamais corado no seu interior. Uma corzinha externa é aceitável, mas entre as camadas, jamais.
Essa receita rende 4 tamagoyakis, que poderão ser cortados e servidos puro, com shoyu e nabo ralado ou irão para dentro de um sushi enrolado (makizushi). No final do ano costumam servi-lo enrolado como um rocambole. Também pode receber recheio - pedaços minúsculos de cogumelos cozidos em caldo leve, ou uma folha de alga nori.
Como tenho dificuldade de fotografar com as duas mãos ocupadas, usei a foto deste site:
http://kuni-azumino.gotdns.com/narrow/archives/2006/08/index.php
sábado, 14 de julho de 2007
Horta na Lua...
Tenho aqui em casa uma japonesa que adora plantas. E, na falta de terreno (todo o quintal é cimentado ou coberto com piso), ela não se abalou. Arrumou caixas, floreiras, vasos e até um caixote de isopor. Feito furos, colocou cacos de telha, areia, terra, adubou.
Lá atrás temos manjericão, pimentas, hortelã, menta, cebolinha, salsa, alho-porro, nabos... Nabos? Sim, nabos, não são tão grandes quanto os da feira, mas mais frescos que isso, impossível.
E, convenhamos, plantar nabos em um balde e colher, é como manter uma horta na lua, né mezzz?
sexta-feira, 13 de julho de 2007
O Tofu
2 colheres de chá de pasta de soja (miso)
1 colher de chá de açúcar (ou mais, se preferir mais doce)
Sirva com arroz branco.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Yoshinoya
Bem, de tantos lugares, acho que não sei de nenhum que tenha despertado tanta paixão e revolta quanto o Yoshinoya. A rede existe há muito tempo e até aquela época, só serviam um prato: o gyudon. Arroz coberto com tiras de carne e cebola cozidas. Simples, quente, satisfatório. Eu mesmo levei para casa várias porções, que comia com ovo cru, fresco, pimenta vermelha e gengibre. Era muito barato, acho que 380 ienes. As lojas ficam abertas 24 horas por dia. Sempre tem alguém comendo lá, do café da manhã ao jantar, de madrugada, no meio da tarde.
Então detectaram a doença da vaca louca no gado americano. O Japão parou de importar carne americana e aumentou a importação de carne australiana. O Yoshinoya não poderia vender as refeições por aquele preço e nem queria comprar a carne australiana, mais magra e mais rija. Decidiram parar de vender o único prato que faziam e passaram a oferecer pratos à base de porco ou frango.
Clientes faziam fila para comer o último gyudon. Muita gente reclamou, claro. Não queriam ficar sem a tigela de arroz e carne. Mas a empresa manteve a posição e disse que só voltaria a vende-lo quando o país liberasse a importação de carne americana. Virou notícia em todo o país. E o Yoshinoya passou a oferecer outros pratos, à base de carne de porco ou frango. Ainda hoje mantém essas opções. Em março deste ano voltou a vender seu famoso gyudon, com carne americana, australiana e mexicana. Para felicidade dos clientes. (http://www.yoshinoya-dc.com/brand/menu/gyudon.html)
Eu gosto de gyudon. Aliás, gosto de muitos domburis, uma refeição em uma tigela. Existem várias receitas desse prato. E não fica ruim se feito com porco - no caso, seria o butadon.
Gyudon
Ingredientes:
60 ml de sake
60 ml de vinho branco suave
20 ml de mirim
160 ml de água
2 colheres (chá) de açúcar
1 colher (chá) de caldo de carne em pó
1 colher (chá) de hondashi ou kombudashi (pó)
1 colher (chá) de gengibre ralado
meia cebola em fatias
300 a 400 gramas de carne fatiada bem fino
Arroz branco em uma tigela
Refogue a cebola em um pouco de óleo até ficar transparente. Junte o sakê, o vinho, o mirim e o açúcar. Deixe ferver. Junte a água, o shoyu e os caldos. Espere ferver e adione a carne, mexendo eventualmente. Não cozinhe demais, para que ela não resseque. Junte o gengibre no último instante. Verifique o sal.
Cubra o arroz com uma porção de carne e um pouco do caldo. Sirva acompanhado de gengibre em conserva e pimenta vermelha em pó.
PS: Já fiz também utilizando apenas vinho branco doce, no lugar do vinho branco e mirim. Ficou muito bom, também. Acrescentar cebolinha verde em pedaços também não é crime. Ou shiratake - uma gelatina fibrosa modelada como fios, parecida com o konnyaku.
quarta-feira, 11 de julho de 2007
Miso
Os principais tipos de miso são:
Shiro miso: Ou miso "branco", é algo que adocicado, suave tanto no sabor quanto na textura, que geralmente é bem lisa. Feito com arroz, em porcentagem maior que os outros tipos. Gosto de usa-lo em sopas e molhos.
Shinshu miso: Cor amarelo ocre, macio, salgado. O nome vem da região central da ilha de Honshu, que inclui a província de Nagano (que produz cerca de 20 % de todo o miso consumido no país). Bom para a maioria das receitas. Creio que é do tipo que costumamos encontrar com mais frequência no Brasil.
Inaka miso: Inaka significa "interior, zona rural". Esse tipo de miso pode ser feito de uma combinação de arroz, cevada e trigo. Sua cor é mais avermelhada, e sua textura pode tanto ser lisa quando apresentando pedacinhos de soja e arroz triturados. A quantidade de sal também pode variar. Muitos preferem esse tipo para as sopas. Eu já prefiro com carnes.
Hatcho miso: Robusto, forte, rico e salgado, é um miso vermelho, que dizem que é originário de Okazaki, próximo à cidade de Nagoya, província de Aichi. É feito basicamente de soja. Sua textura não é lisa e é o mais consistente de todos. Em Nagoya, o miso vermelho entra no caldo do udon (massa tipo talharim, feito apenas de trigo, água e sal), no molho para o tonkatsu (porco empanado) e outros pratos como o tendão de boi cozido.
No Brasil procuro usar miso artesanal. Por enquanto estamos comprando, já que o miso é feito durante o inverno - a temperatura moderada é crucial para a fermentação lenta, que irá desenvolver todas as qualidades da massa de soja, arroz e lêvedo. A nossa produção só poderá ser saboreada daqui uns meses. Um miso leva de 6 meses a 3 anos para ficar pronto.
E um dos meus pratos feitos com miso é tremendamente simples:
Carne de porco marinada no miso:
Carne de porco fatiada - pode ser lombo, bisteca, pernil, panceta - não importa - com ao menos um dedo de espessura
Miso o quanto baste para envolver as fatias.
Sake o suficiente para transformar o miso em uma pasta macia, quase um molho.
Açúcar, pimenta vermelha, dependendo do dia e da vontade.
Simplesmente misturo o miso com sake, verifico o sabor e mergulho as fatias de carne nela. Deixo descansar, em pote tapado durante 2, 3 dias ou até mesmo uma semana ou mais.
Para prepara-la, retiro as fatias de carne, limpo o excesso de pasta, coloco em uma panela com água e deixo cozinhar até secar e fritar ligeiramente.
Fatio e como com arroz branco e gengibre curtido.
O mesmo pode ser feito com uma peça inteira de porco. Deixo marinar durante 3 dias, ao menos. Só que na hora de assar, lavo a carne, para eliminar a pasta, porque ela tende a queimar no forno e amargar.
terça-feira, 10 de julho de 2007
Polvo!
Bem, polvo eviscerado, escolhi uma técnica para limpa-lo. Dizem que é preciso retirar o visgo que envolve o cefalópode. Alguns usam sal, outros usam farelo de arroz, mas muito usam nabo ralado. Nada mais conveniente, nabo está bonito e barato na feira. Meio nabo grande para um polvo de um quilo. E ainda dizem que amacia a carne. Ótimo.
Coloquei o polvo e o nabo em uma tigela e esfreguei bem. Como quem lava a roupa, durante cinco minutos ou mais. Depois de feito isso, lavei em muita água corrente e cozinhei.
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Katakuri-ko
Há muito se deixou de se usar o amido desta planta. A produção desse amido é economicamente inviável. O bulbo de onde ele é extraído costuma ter 1 centímetro de espessura por 6 centímetros de comprimento. Ou, como meu pai costumava dizer, era menor que o dedo mínimo. Por aí se tem idéia de quantas plantas seriam necessárias para produzir um quilo de amido. Passou-se a usar a fécula de batata, mais barata e ambundante. No entanto, o nome ficou, dessa vez como sinônimo de amido e não como uma fécula específica.
E o amido entra nas receitas japonesas tanto para engrossar molhos - que ganham o nome de "an" ou para empanar legumes ou carnes, antes de frita-los. O katakuri-ko pode entrar, por exemplo, em um molho de caranguejo para servir sobre tofu, "vestindo-o". Ou em um molho à base de dashi (caldo de bonito seco e alga), shoyu, mirim e gengibre, para acompanhar beringelas fritas ou assadas. E em pequena quantidade na massa de tempura, para que ele fique mais crocante.
domingo, 8 de julho de 2007
Feijão Doce
1 quilo de açúcar
Deixei as favas de molho em água fria por horas (o tempo vai variar, favas novas, velhas, temperatura ambiente...). Depois levei para ferver por uns 10 minutos em fogo baixo. Joguei metade da água fora, cobri com mais água fria, tornei a cozinhar por mais 10 minutos e tornei a jogar metade da água e tudo novamente mais um a vez. Tudo para que o caldo do cozimento das favas não contivesse amido demais e nem cor. Tirei a espuma que se formou na superfície com uma concha. Aí deixei cozinhar em fogo brando - para que a película dos grãos não se rompessem e as favas mantivessem o formato.
Cozidas e macias, mas ainda mantendo o formato, juntei meio quilo de açúcar, deixei levantar fervura e desliguei. Porquê? Para que o açúcar penetrasse no feijão. Não havia mais necessidade em cozinhar os grãos. E depois de frio, tornei a juntar mais meio quilo de açúcar, deixar romper a fervura, para logo em seguida desligar o fogo. Tornei a reaquecer mais umas duas vezes, até que os grãos estivessem impregnados de açúcar. Para saber o ponto, partia um grão (na verdade, comia meio grão) e via se estava branco como uma batata no meio ou ligeiramente transparente.
Resista à tentação de ferver continuamente as favas. Eu experimentei e quando a calda engrossa, a água de dentro dos grãos escapa e o feijão fica duro. Mantenha a calda rala e os feijões totalmente cobertos com ela.
Escorra. Sobrou bastante caldo e as favas não tinham muito brilho. Então fervi a calda até engrossar ligeiramente. Testei o ponto entre os dedos. A calda deslizava, um pouco mais branda que mel. Despejei sobre as favas e tornei a escorrer.
sábado, 7 de julho de 2007
Hamburguer
Meu hamburguer começou lá pelas quatro horas da tarde. Comecei moendo a carne de boi (capa de contrafilé) e porco (pernil). Nisso tocou a campainha e o entregador de gás veio me perguntar se não queria trocar o bujão. Bem, a hora foi propícia, o do forno estava vazia e eu pretendo fazer pão-de-ló amanhã.
Voltei para o hamburguer. Moí as duas carnes, 80% de boi para 20% de porco. Em cima disso, juntei um pedaço pequeno de bacon, só para dar um toque extra. Levei as carnes à geladeira. Enquanto isso, refoguei uma cebola média ficada até ficar cor de caramelo. Levei o que resultou ao congelador, para que esfriasse bem.
Horas mais tarde, misturei as cebolas, transformadas em purê com as carnes. Modelei os hamburgures e fritei, primeiro em fogo alto, depois terminando em fogo baixo. Usei sal apenas no final. Montei o sanduíche com fatias finas de bacon frito, tomates em rodelas, passadas rapidamente na frigideira e ovo.
Foi o melhor hamburguer que já fiz. Suculento, macio, saboroso. Cada mordida enchia minha boca de caldo. Das tentativas anteriores aprendi que salgar a massa do hamburguer não é o mais indicado. Que um hamburguer precisa levar carne gorda. Que não de deve prensar ou manusear demais um hamburguer quando está no fogo. A idéia de usar carne de porco veio do menchi katsu japonês, que é um hamburguer suculento, empanado e frito.
Da próxima vez foi experimentar com meu molho tonkatsu. Amigos afirmam que o molho ficou bom com sanduíche.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Hoje, nos jornais.
Enquanto isso, no Estadão on line, receitas de restaurantes cariocas, em clima de Pan, com o título "Um Brinde ao Rio": http://www.estadao.com.br/ext/especial/extraonline/especiais/paladar/
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Sobremesa oriental. Oriental?
As mesas eram baixas e nos sentamos no chão, sobre almofadas. A iluminação era à luz de velas. Bem, esse foi o único porém porque era tão escuro que não conseguíamos ler o cardápio. Felizmente a funcionária nos explicou os pratos e fizemos os pedidos com a orientação dela.
Lembro-me de ter comido um camarão com um molho intenso de camarão, um toque de leite de coco, tomates. Também comi uma salada com várias folhas, inclusive coentro. Uma sopa ácida, de camarão e vegetais, bem rala, perfumada com capim limão. E um curry, adocicado, com leite de coco, que me pegou de surpresa. Parecia suave no começo mas quando terminei o prato, estava suando!
A sobremesa foi algo simples, não haviam muitas opções e a cozinha estava fechando.
Sagu ao leite de coco, bananas carameladas mornas e uma bola de sorvete de gergelim. Hoje, lembrando dele, resolvi fazer uma sobremesa com sagu. Mas será que devo chama-la de oriental ou tropical? Bem, a banana é de origem indiana. O coco também pode ser de origem asiática e se dispersou naturalmente ou não pelo planeta. Bem, quanto ao sagu, existe uma palmeira asiática conhecida como "sago", de onde se extrai um amido e se produz "pérolas" brancas. Mas, na maioria das vezes, é o nosso sagu, conhecido também como "tapioca pearl".
250 gramas de sagu
1 litro de leite
1 lata de leite condensado
1 vidro de leite de coco
5 colheres de sopa de açúcar (ou mais, se preferir).
Cozinhe o sagu em água fervente abundante, até ficar transparente. Escorra e lave. Torne a escorrer.
Ferva o leite com o leite condensado, o açúcar e o leite de coco. Acrescente o sagu e cozinhe, mexendo eventualmente, até o leite reduzir um pouco e engrossar ligeiramente.
Retire do fogo, deixe esfriar e leve à geladeira. Deve de resultar em um creme não muito consistente, com as bolinhas de sagu, escorregadias.
Para as bananas, simplesmente aqueci açúcar mascavo com um pouco de água, até formar uma calda espessa. Juntei banana madura mas firme, em rodelas, deixei cozinhar por alguns minutos, tomando cuidado de não desmanchar a fruta.
Servi-me de uma tigela de sagu gelado com algumas rodelas de banana e calda em cima.
Mas poderia te-la comido simplesmente pura, sem banana. Seria um "pearl tapioca pudding".
terça-feira, 3 de julho de 2007
Bolo, assim e assado.
Meu primeiro bolo foi um bolo esponja, tirado de algum livreto de receitas. Não me lembro bem, mas ia apenas ovos, água, açúcar, farinha e um pouco de fermento em pó. Eu deveria ter nove ou dez anos. Não ficou muito bom, mas também não ficou tão ruim. Naquela época, batedeira ainda era luxo e me lembro de bater claras em neve com dois garfos. Eu sonhava com aqueles batedores de manivela, que via em filmes americanos!
Hoje vejo bolos prontos em qualquer supermercado ou padaria. Não me animo a compra-los, não. Assim como não me animo a comprar uma mistura pronta para bolos, apesar de saber que são práticas e até que funcionam bem. Porquê? Porque um bolo simples vai sair bem mais em conta que uma preparado industrializado, não vou estar consumindo gorduras trans e não vai sujar mais que uma tigela para faze-lo. Não preciso de nenhum equipamento especial -embora uma batedeira ou um batedor de mão sejam de grande ajuda. E como não gosto de bolos muito doces, porque acho enjoativos, costumo reduzir a quantidade de açúcar, o que não seria possível com uma mistura pronta. A receita abaixo fiz várias vezes, prefiro-a pura, sem coberturas nem glacês. Mas nada impede, claro, que seja coberto ou recheado.
Ingredientes:
150 gramas de manteiga
1 1/2 xícara de açúcar
3 ovos
2 xícaras de farinha
2 1/2 colheres de chá de fermento em pó
3/4 xícara de leite
Essência de baunilha ou raspas de limão, ou laranja, a gosto
Preparo:
Junte os ovos, um a um, batendo após cada adição.
Peneire a farinha com o fermento em pó e adicione à massa, alterando com o leite,
Aromatize com a essência ou com as raspas.
Asse em forma untada e polvilhada com farinha.
Forno médio, até que espetando um palito no centro, saia seco.
Brevidades
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Conserva de Pepino
Por isso achei muito curiosa a receita de conserva de tsukemono na cerveja. Nunca vi nada igual no Japão. Parecido, sim. Alguém teve a genial idéia de substituir a borra de sake por cerveja e conseguiu uma conservinha leve e que dura vários dias na geladeira, sem perder a crocância. Poucos ingredientes, quase nenhum esforço e só se pede um pouco de paciência.
A receita é bem simples:
Pepinos finos, lavados e sem as pontas
Sal
Açúcar
Cerveja.
Salgue os pepinos. Junte uns quatro de cada vez e role-os sobre uma tábua de carne, fazendo ligeira pressão. O sal vai arranhar levemente a superfície, penetrando melhor. Deixe que descansem durante cerca de 4 horas em temperatura ambiente. Vão suar.
Lave-os. Em um recipiente com tampa, misture cerveja (uma lata de 350 ml para cada dois quilos de pepinos) com sal e açúcar a gosto. Junte os pepinos. Não se preocupe se a solução não cobrir todos eles. Com o tempo, o pepino vai perder água e aumentar a quantidade de líquido, naturalmente.
Deixe curtir alguns dias. Com um dia ainda está com pouquíssimo sal e algum cheiro de cerveja. Mas o sabor vai melhorando com o tempo, assim como o aroma. Dura 2 semanas na geladeira, sem problemas.
Pães Japoneses
E quais são os pães mais consumidos no Japão? Dos doces, pães com pasta doce de feijão ou creme de baunilha. Croissants cobertos com glacê branco ou chocolate, recheados ou não. Pães macios com passas, pedaços de maçã e o mellon pan, que é um pão macio com cobertura açucarada, chamado de mellon pan, que não tem, necessariamente, melão nem na massa ou cobertura. Dos salgados, o pão recheado com pasta de curry, ou salsicha, ou cobertos com atum, com maionese, com queijo... O meu favorito era um pão francês enrolado com bacon magro e com cortes, formando galhinhos crocantes. Chama-se ebi-pan. Para acompanhar uma refeição, pão de forma, chamados de toast bread, shokupan ou english bread, além do butter roll, que é um pão pequeno e macio.
Nos últimos anos, os pães feitos com fermento natural, farinha integral, receitas tradicionais como o pão com nozes, pães italianos, o nam indiano e até a tortilla de farinha e o pão pita passaram a frequentar as prateleiras. O consumidor japonês é avido por novidades. E empresas investiram na contratação de padeiros estrangeiros. E alguns saíam do país para aprender. Eu esperava dar onze horas para comprar na padaria do Jusco de Irino-cho um pão delicioso, de casca grossa, redondo. Saía quentinho e eu avançava nele dentro do carro, no estacionamento. Gula sem limites. Os padeiros eram italianos - eu via 3 com frequência, mas eles falavam japonês. A padaria era envidraçada e podia ve-los trabalhando a massa. Em outra padaria que eu frequentava, havia um pote grande com uma água meio turva e algumas passas. Era o fermento natural.
O curioso nisso tudo é que o pão passou a fazer parte da dieta de um grupo de soldados durante a guerra sino-japonesa e russo-japonesa. Em uma tentativa de salvar seus homens da beriberi, um oficial chamado Takaki, realizou testes ocidentalizando a dieta: pão, leite, carne com a tripulação do navio Tsukuba, em 1884. Com isso o pão ganhou fama de energético e saudável, embora hoje saibamos que o mérito foi dos outros itens da dieta. Depois disso, em 1937, a Sanritsu de Hamamatsu, Província de Shizuoka, passou a produzir pão seco em lata, que abasteceriam as tropas japonesas(http://www.sanritsuseika.co.jp/products/kanpan.htm ). Hoje é item do kit de sobrevivência no caso de terremotos. Dura dois anos, se não me falha a memória, sem estragar. Não, não diria que é gostoso. Na verdade, tem um gosto meio estranho de gordura velha. Mas não precisei passar por um terremoto para provar essa iguaria! Na verdade, provei por curiosidade, mesmo.
Mellon Pan
Esse pão doce, muito popular no Japão, não leva, melão nem na massa nem na cobertura. O nome, talvez, se deva apenas à aparência, que lembra muito vagamente as ranhuras dos melões cultivados por lá...
Massa:
200 gramas de farinha de trigo
6 gramas de fermento biológico seco
1 pitada de sal
45 gramas de açúcar
1/2 xícara de leite morno ou uma mistura de leite e água
1 ovo pequeno, batido
20 gramas de manteiga derretida
Cobertura:
150 gramas de farinha de trigo
70 gramas de açúcar
30 gramas de manteiga
1 e 1/2 ovo, batido.
Para a massa:
Misture todos os ingredientes, menos a manteiga.
Sove e acrescente a manteiga, misturando bem. Deixe descansar em um tigela coberta, até dobrar de volume.
Divida em dez porções, enrole e deixe descansar mais dez minutos.
Cobertura:
Misture todos os ingredientes, até formar uma pasta. Se ficar muito dura, junte uma ou duas colheres de água. Se preferir, aromatize com baunilha, limão ou essência de melão.
Abra a cobertura entre as mãos, fino, e cubra cada pão. Salpique açúcar cristal e, com uma faca bem afiada, faça cortes quadriculares.
Deixe fermentar até dobrar de volume. Leve ao forno pré-aquecido, a 180 graus, por cerca de 10 minutos.
Verifique o fundo, se estiver corado, está pronto. A cobertura costuma não ganhar muita cor.